segunda-feira, 13 de abril de 2009

Paixão de Cristo emocionou público de 13 mil pessoas

Não é preciso ir ao Pernambuco para conferir a

 encenação da Paixão de Cristo. No Piauí, tanto a capital quanto as cidades do interior produzem um espetáculo rico e com elenco numeroso. Um exemplo claro é a cidade de Floriano, onde o grupo Escândalo Legalizado de Teatro realizou a 14ª edição e trouxe este ano os atores Guilherme Weber como Herodes e Manoela do Monte como Salomé.

A cidade cenográfica foi invadida por 13 mil pessoas, que se emocionaram com as cenas que marcaram a vida de Jesus, narrando a árvore genealógica e o nascimento para depois seguir para as fases que marcaram o ministério de Cristo na terra, com o batismo no Jordão, sermão da montanha, as curas e depois vieram as cenas do julgamento, a via dolorosa, a crucificação e ressurreição. A história é conhecida, mas a cada apresentação, a emoção é diferente e o Escalet, dirigido por Cesar Crispim, torna especial cada apresentação.

Durante a Semana Santa, o Escalet torna Floriano mais festiva e o grupo consegue movimentar o setor turístico da cidade com o tradicional espetáculo, que traz caravanas de Teresina, de Oeiras e outras cidades do Estado, além de mobilizar a população local, como os 250 estudantes que participam do Projeto Leitura ao Alcance de Todos, que assistem à peça gratuitamente, produzem uma redação sobre a encenação e os melhores textos, avaliados por professores, farão parte de um livro. É a cultura se unindo à educação para formação do cidadão.

Com o apoio do Governo do Estado através da Fundação Estadual de Cultura e Coordenadoria de Comunicação, o espetáculo enche de orgulho os piauienses e para os próximos anos, a tendência é crescer ainda mais, proporcionando ao público não somente o espetáculo, mas uma feira de exposição do artesanato piauiense.

Para os atores, encenar Paixão de Cristo é um aprendizado e neste ano, em especial, com a reunião dos Pontos de Cultura do Ceará, Maranhão, Tocantins e Piauí, houve um intercâmbio e troca de experiência e a atriz global Manoela do Monte fez questão de fazer um bate-papo com essa turma que produz e incentiva o fazer cultural em regiões tão difíceis do Brasil.

Ela contou que sua história de vida é semelhante a de muitos grupos que estavam ali representados. Foi através de uma oficina de teatro realizado em sua cidade, Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que resultou na sua ida para o teatro e, posteriormente, a televisão com Malhação, A Casa das Sete Mulheres e Páginas da Vida.

Agora, ela está ensaiando a peça Afinidades Eletivas, que estreia dia 23 de abril em sua terra e a previsão, segundo conta a artista, é percorrer mais cinco cidades. Mas como fazer cultura no Brasil é difícil, até agora, ela só conseguiu patrocínios para uma cidade. Na conversa com os membros dos Pontos de Cultura, ela falou que as dificuldades de financiamentos são iguais em todo o Brasil, pois no país se faz arte por amor e por garra.

Sobre Floriano, a atriz ficou impressionada com a estrutura da cidade cenográfica, com a biblioteca, a estação digital, o museu e os cursos oferecidos a crianças e jovens através do Pontão de Cultura Cultura ao Alcance de Todos.

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