Em tom de crítica, Robert Rios ainda falou sobre o apoio de entidades de classe de Picos ao major Wagner Torres, ex-comandante do 4º BPM
Da Redação
Renan Nunes
“Essa é uma condenação de primeiro grau e eu acho exagerada”, foi assim que o secretário estadual deSegurança Pública Robert Rios Magalhães comentou sobre a sentença de 10 anos de prisão, perda de farda e mais 20 anos fora de qualquer cargo público ao qual foi condenado o ex-comandante do 4º BPM de Picos Major Wagner Torres, pela prática de tortura de presos.
Rios esta em Picos onde participa de uma plenária local sobre Direitos Humanos na Câmara Municipal. Ao chegar ao local, recebeu a imprensa e fez duros comentários sobre o desfecho do caso que ganhou inclusive repercussão nacional.
O secretário lembrou que bem no início do caso, chegou a receber Torres em seu gabinete aconselhando-o inclusive a deixar o comando do batalhão enquanto as denúncias estavam sendo apuradas. Rio ressaltou que a resposta do militar foi dizer que naquele momento tinha o apoio de toda a sociedade picoense, bem como entidades empresariais e poder público.
“No momento em que ele foi condenado, nenhum desses apareceu para ajudar. E eu disse a ele: olhe... esses mesmos que estão lhe aplaudindo vão lhe virar as costas”, criticou Robert completando que o conselho de afastamento foi em virtude do confronto ocasionado pelo andamento do processo enquanto o major ocupava um cargo de alto comando público.
Robert seguiu com os comentários sobre o apoio das entidades de classe ao major, na época que explodiram as denúncias de tortura.
“Eu acho que a Associação Comercial deveria agora ajudar e as entidades que colocaram nota em jornais deveriam procurar e saber o que esta faltando. Precisa de advogado? não precisa?. Então se ele está abandonado, a pressão dele lá em cima, extremamente nervoso, é um militar de carreira e vive desse emprego. A condenação dele me lembrou muito a condenação de Cristo, que estava entre dois ladrões. Crucificaram Cristo e soltaram os ladrões, crucificaram o major e o condenaram a dez anos em regime fechado, a vinte anos sem exercer cargo público e ainda a perder a farda. Eu não vi nenhuma notinha em jornal até agora condenando o ladrão ou o assaltante que foi preso. O fato de ele ser torturado não deixou de ser ladrão não, nem assaltante. Então eu queria que essa justiça que condenou o major fosse célere para condenar os assaltantes. Talvez se os assaltantes de Picos já viessem sendo condenados não ocorressem tantos assaltos na cidade de Picos. Mas enfim, essa é uma condenação de primeiro grau, ele já está recorrendo e vai passar por outras instâncias. Eu posso dizer que em primeiro grau é condenação de passagem, se ela fica ou não vai ser uma grande discussão”, concluiu.
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